"Mario Filho era um desses homens fluviais, que nascem de raro em raro. Disse fluvial e explico: - Imaginem um rio que banhasse e fertilizasse várias gerações.
Há mais de quarenta anos, não há cronista em todo o Brasil, não há vocação, não há talento que não tenha recebido a sua luz decisiva. Morreu e continuamos a viver das rendas de seu gênio. Hoje, eu meus colegas anadamos por aí realizados., bem vestidos, temos automóveis; nos sábados, frequentamos restaurantes; passamos de fronte erguida e o nosso palpite tem a modéstia do Juízo Final. Mas gostaria de perguntar:- o que era e como era a crônica esportiva antes de Mario Filho? Simplesmente não era, não existia. Sim, a crônica esportiva estava na sua pré-história, roendo pedra nas cavernas.
O maior estádio do mundo tem hoje o seu nome. Pena é que não o tenham enterrado lá. Com o Maracanã por túmulo, Mario Filho merecia que o velassem multidões imortais.
Se Deus entrasse na minha sala e perguntasse:-"Você queria escrever como Guimarães Rosa ou como Mario Filho?", eu responderia:-Mario Filho, mil vezes Mario Filho". Meu irmão foi minha única inveja literária.
Um comentário:
Qual a fonte dese texto?
está em algum livro do Nelson Rodrigues?
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